Peugeot 404 (1957 - 1991)


Introdução

Nos anos 60 após a Peugeot decide
substituir o Bem sucedido 403. Após um longo periodo de gestação, surge o modelo 404. Este caracterizava-se, principalmente, pelo seu sólido e
resistente motor.
A Peugeot introduz, com este modelo, algumas novidades: a carroçaria quadrada, a caixa de velocidades sincronizada e a suspensão
dianteira de tipo Mcpherson de rodas independentes. Foi rápidamente que se tornou o veículo por excelência de Vendedores, taxistas e todos aqueles que
transportavam mercadorias de pouco volume. Amplo e confortável o 404 obteve ainda mais sucesso nas suas versões Pick-Up, comerciais e os familiares de
configuração diversa, aptos para transportar muita carga ou famílias numerosas. Permaneceu no mercado até a chegada do seu sucessor - o 504, chegando a
conviver durante algum tempo.

A Evolução

Após 5 anos de desenvolvimento, é
apresentado em Maio de 1960, o novo modelo da Peugeot - O 404!
Os primeiros prótotipos começaram a rodar em 1957 e chegariam a perfazer mais de dois
milhões de Km de testes nas pistas de ensaio da marca, situadas nos bosques de Valentigney, com a finalidade de garantir a Robustez desejada; tal como a
qualidade de construção, um dos factores primordiais da Peugeot. Na altura de lançamento do 404, contavam já com mais de mil inspectores ou técnicos de
controlo de qualidade entre os seus funcionários.
Nasce com um motor de 1618cc, dotado de câmaras de combustão
hemisféricas, árvore de cames lateral, com válvulas à cabeça, e cambota de cinco apoios. Alimentado por um carburador Solex de 32 mm, os seus 72 Cv
(SAE) de potência permitiam atingir os 142 km/h. Além do mais, o 404, apresentava linhas bastante mais atraentes, um capot ligeiramente rebaixado, uma
potência acrescida e uma taxa compressão que permitia o uso de gasolina normal. O design do 404 foi de inteira responsabilidade do conceituado
Pininfarina, na altura apontado pela semelhança de todos os seus modelos...E de facto a semelhança não pode ser negada entre o 404 e o Austin A55
Cambridge e o Morris Oxford, ou entre estes e o Lancia Flaminia italiano, berlinas contemporâneas do modelo francês com alguns traços quase idênticos.
Seja como for, foi o design de Pininfarina que foi considerado, pela Peugeot, o mais apropriado para o modelo 404.
Quem o comprou soube apreciar a suavidade da caixa de velocidades, o funcionamento silencioso a baixo regime, bem como a notável brandura da sua
suspensão. A travagem pelo contrário, exigia uma antecipação considerável; por vezes tornava-se dificil o arranque a frio, e o veículo tendia a derrapar
com demasiada facilidade quando chovia, ou em pisos escorregadios.

A versão Cabriolet do 404, é apresentada em
1961 no salão de Paris, com carroçaria também de autoria de Peninfarina. Meses antes, no salão de Genebra a peugeot introduzia uma autêntica novidade: o
primeiro motor francês de injecção. Nunca antes se tinha dotado um motor de menos de 2000 cc com este tipo de alimentação. Continha um sistema de
injecção indirecta Kugelfischer que aumentava a potência para 85 Cv SAE. Cinco anos após o seu aparecimento, segundo a imprensa especializada ainda era,
sem dúvida o melhor motor de injecção Francês do momento. Mas só esteve disponível em 1963 com a saida do berlina Super Luxe. Nesse mesmo ano, chegou o
modelo com um motor diesel de 60 Cv, que teve uma grande aceitação pela sua manutenção pouco dispendiosa.Foi muito utilizado como
Taxi.
Em 1962, surgiram os derivados Commerciale, Familiale e Break(e, logo a seguir, uma versão
Furgonette de dois lugares que só produziu durante um ano) com mecânica semelhante à Berlina, com a suspensão reforçada, a distância entre eixos um
pouco maior e, tirando o primeiro, três filas de bancos, modelo cm grande aceitação em Portugal por causa do espaçoso local de carga. Nessa altura, 70%
da produção Peugeot estava direccionada para a 404 em todas as suas variantes. O cabriolet e o Coupé tiveram uma limitada produção, por volta de uns
quinze mil exemplares na sua totalidade. Pininfarina construía as carroçarias nas suas oficinas de Gruliasco, enviava-as de comboio ou camião para
Sochaux, onde terminavam a montagem dos automóveis.

À medida que o tempo ía passando o 404 a Peugeot minimizava
as imperfeições do seu veículo: os travões tornaram-se termoestáveis, equipando-se com servo-freio (o que fez com que mudassem de jantes, mas a eficácia
chegou, apenas, em 1968 com a adopção de discos diânteiros). A refrigeração também foi melhorada com um radiador de maiores dimensões e a caixa de
velocidades mudou de disposição. Apareceram umas palas sobre os faróis, tampões de rodas e faróis bicolores à frente; apareceu a caixa automática ZF na
versão Super Luxe.


Não houve uma grande alteração/evolução no modelo 404, mas sim um grande numero de
versões especiais ao longo dos tempos. Pode-se destacar as berlinas especiais para o Tour de France, modificadas para o transporte bicicletas e
assistência aos atletas em plena corrida. Um dos mais espectaculares foi sem dúvida o diesel recordista. Um veículo construído sobre uma base de uma
caixa cabriolet Pininfarina carenada ao máximo. Utilizava dois motores, de 1948 cc e de 2138 cc, o Peugeot obteve um total de 40 recordes mundiais no
autódromo de Monthéry, durante o mês de Junho de 1965, sendo talvez o mais notável o da distância, de 3878 km em 24 horas, a uma velocidade média de
161,590 km/h.
E depois...o Fim...


1967 foi o melhor ano de vendas do
Peugeot 404, cerca de 200 000 exemplares foram comercializados. No ano seguinte com o surgir de um novo modelo - o 504, seu sucessor, mais moderno,
potente e eficaz as vendas do 404 sofreram uma queda significativa. No fim de 1971 receberia algumas alterações estéticas, continuando a ser produzida a
versão base até 1975; O modelo a diesel continuou à venda durante mais três anos.

Além das fébricas
francesas, o 404 foi fabricado noutras partes do mundo, como a Irlanda, o Canadá, a Argentina, a Nigéria, o Zimbabué, a África do Sul, a Austrália e a
Nova Zelândia. Assim, anos depois de cessar a produção em Sochaux, continuou a fabricar-se a bom ritmo na Argentina (até 1981). O último exemplar, uma
Pick-Up, foi montadano Quénia em 1991. Depois de quase trinta anos de carreira e 2 885 377 exemplares produzidos, o 404 já não é produzido! embora se
encontrem ainda hoje alguns pelas estradas do mundo.

A mecânica do 404



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Motor de quatro cilindros em linha e medidas interiores superquadradas(diâmetro igual ao curso), tem uma inclinação de 45.º para o
lado direitode forma a permitir rebaixar substancialmente a altura do capot. Tem uma cabeça semiesférica, camisas desmontáveis e uma única árvore de
cames que acciona as válvulas, situadas à cabeça, mediante as cambotas clássicas, de pequenas dimensões e baixa inércia. Os pistões são curtos, com os
segmentos acima do cavilhão, e dotados de uma lâmina de dilatação de aço que corrige as deformações produzidas pelo calor. Auxilia a refrigeração uma
ventoinha com comando electromagnético. A transmissão às rodas traseiras realiza-se através de uma caixa de quatro velocidades
sincronizadas.
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